domingo, 13 de abril de 2014

TESTE DA YAMAHA FAZER 250


Parte dos motociclistas que rodam na estrada regularmente sente necessidade de uma moto com mais conforto e potência para tornar as viagens mais seguras e tranqüilas. Acima das populares 125/150, não recomendáveis para uso em rodovias como a BR-222, existe Yamaha Fazer 250, Honda CB 300R e Dafra Next 250, todas mais confortáveis, seguras e em alguns casos mais econômicas que as pequenas Titan 150 e Fazer 150.

 

A Yamaha Fazer 250 foi lançada em 2005 e está na segunda geração, lançada em 2010. Pouco depois recebeu mudanças no motor e no sistema de injeção eletrônica para poder funcionar com gasolina e etanol. A última versão é a BlueFLEX, e é ela a versão avaliada. É robusta, consome pouco combustível e tem desempenho coerente com o porte e o preço, este pouco distante da recém-chegada Fazer 150. Para alguns motociclistas, essa 250 é superior à Honda CB 300R em alguns aspectos e similar em muitos. Como quase toda Yamaha nacional, tem ótimo acerto de suspensão para uma moto do dia-a-dia. 

O motor é o mesmo lançado em 2005, monocilíndrico com camisa de cerâmica e pistão forjado, injeção eletrônica (a primeira do segmento), funcionamento suave e bom torque desde as baixas rotações. Rende 21 cv a 8000 rpm e 2,1 kgf.m a 6500 rpm independente do combustível e também equipa a Lander 250 e a aventureira Ténéré 250. O motor 300 da Honda tem torque 35% maior, mas a vantagem real não é tão grande quando esse número supõe. O Yamaha tem funcionamento suave e pode ser utilizado tranquilamente em qualquer faixa de rotação, o que é uma pena, visto ser acoplado a um que não ajuda a aproveitar melhor as qualidades do propulsor.

  

Com embreagem e pedal de câmbio duros, torna o anda-para das grandes cidades um tormento, especialmente àqueles que têm mãos e pés pequenos. A altura do assento é um pouco maior que a da CB 300R (2,4 cm), que tem câmbio tão sensível quanto o de uma cinquentinha. Mesmo com motor maior, a Honda é mais apropriada para as pessoas de menor estatura, sobretudo mulheres, que poderão ainda rejeitar o visual rebuscado da Yamaha.

Não obstante o câmbio, a Fazer é superior à rival em conforto de marcha e autonomia. A suspensão tem acerto voltado ao conforto, os freios são competentes, o motor quase não se faz sentir, o painel tem fácil leitura e iluminação alaranjada (a melhor) e a posição de pilotagem é bastante confortável, embora o assento do passageiro não ajude a retê-lo em frenagens, embora a alça de segurança seja melhor que o sistema da Honda, que é baixo. O farol ilumina muito bem, os piscas são do tipo "inquebráveis" e a lanterna traseira usa LEDs.



Quem não se importa com o visual antiquado e o câmbio ruim pode ter nas mãos uma ótima moto para viagens curtas, muito robusta e com detalhes que agradam. A capacidade de rodar com etanol divide opiniões; para uns é útil, enquanto para outros não passa de marketing da fábrica ou estratégia governamental. Para o nordestino não há vantagens: além de caro, o etanol rende menos e é mais difícil de encontrar no interior. Maior parte das motos flex nordestinas nunca rodarão com combustível "verde".

A Fazer 250 BlueFLEX é uma boa motocicleta, mas já está bastante defasada e não oferece sistema de freios ABS nem como opcional, ao contrário da Honda CB 300R, que apesar de ter preço maior oferece motor mais forte e assistência típica para motos Honda, reconhecida pela oferta de mão de obra e peças genéricas. Quem está à espera de uma Fazer 300 precisa lembrar que a Yamaha demorou quase 10 anos para lançar uma concorrente da Honda Titan 150.




Teste realizado por Diego Menezes em 2012, logo após o lançamento da versão BlueFLEX. Confira outros testes neste link ou no MotoReport.